SeaBookings: são especialistas no mar e essa diferenciação trouxe-lhes sucesso nacional e internacional

SeaBookings: são especialistas no mar e essa diferenciação trouxe-lhes sucesso nacional e internacional

Em entrevista à Fábrica de Startups, a co-fundadora da SeaBookings, Bo Irik, diz que colocaram “panfletos em hotéis”, tiveram “uma avioneta a passar na praia de Lagos” e fizeram “uma colaboração com a easyJet”, mas que nada disso contribuiu para aumentar as vendas. Só com o investimento em SEO (Search Engine Optimization) é que os resultados começaram a aparecer.

©  SeaBookings

© SeaBookings

A SeaBookings, startup que participou na edição de 2015 do Discoveries (programa de aceleração organizado pela Fábrica de Startups, em parceria com o Turismo de Portugal), nasceu da vontade de duas irmãs, Bo e Femke Irik, em ajudar os turistas a conhecer e a reservar as melhores experiências marítimas e a ajudar os operadores marítimos a ganhar mais visibilidade online.

Primeiros passos:

Bo diz que desde cedo que ela e a irmã começaram a trabalhar e durante o verão vendiam bilhetes para observação de golfinhos na marina de Lagos. Só tinham de convencer os turistas de que o barco delas era melhor do que o do vizinho. Até que perceberam que “era muito aborrecido estar o dia todo a chatear os turistas” e decidiram “ajudar os turistas, e os operadores marítimos fazendo isto online”.

O próximo passo foi fazer um estudo de mercado junto de operadores marítimos e o resultado foi muito positivo: “começámos logo a trabalhar com cinco operadores marítimos de Lagos, com uma única plataforma”, diz Bo. A partir desse momento, os turistas já podiam ver qual seria a oferta em Lagos. Depois, foi só “replicar isso noutros destinos”, acrescenta.

Testar o mercado:

O primeiro site da SeaBookings foi lançado em 2014. Bo diz que apesar de, na altura, os recursos serem escassos e de a faturação ser muito reduzida, não quiseram “recorrer a investimento externo”. Era só ela e a irmã. O objetivo era “testar o mercado”. Só em 2016 é que Bo se juntou a tempo inteiro. A partir daí começaram a contratar e, neste momento, a equipa conta já com seis pessoas.

 

Principais dúvidas e incertezas:

Bo diz que lidaram com tudo de “forma muito natural”. Por exemplo, o site da SeaBookings está numa “plataforma WordPress, cujos custos são muito baixos”. Depois, começaram, antes de mais nada, por ver se haveria interesse por parte dos operadores marítimos, fizeram “reuniões presenciais no Algarve, em Lisboa, na ilha da Madeira”. A “taxa de conversão era sempre de 100%”, diz Bo.

 

A dificuldade em gerar procura:

Se “do lado da oferta havia claramente um market fit”, do “lado da procura é que foi mais difícil”. Bo diz que colocaram “panfletos em hotéis”, tiveram “uma avioneta a passar na praia de Lagos” e fizeram “uma colaboração com a easyJet”, mas que “nada disso aumentava as vendas”. Foi aí que perceberam que tinham de investir em SEO (Search Engine Optimization). “Hoje é esse o dia-a-dia da maior parte da equipa da SeaBookings (…) e fazemos questão de sermos nós a criar os conteúdos”, acrescenta Bo.

 

Especialistas no mar:

Para Bo, o que os distingue dos outros negócios é a sua especialidade: “há outras plataformas de marcação de experiências, mas são experiências de turismo no geral (…) nós somos especialistas no mar”.

Um negócio em expansão:

A SeaBookings arrancou primeiro em Portugal. Só quando sentiram que o negócio estava a correr bem em Portugal é que decidiram ir para Espanha. Bo diz que “é um mercado com um potencial gigante, muito maior do que o nosso”. Seguiu-se a Croácia e a Grécia, cujo arranque está a ser “um pouco mais lento”, mas Bo acredita que vão conseguir implementar o negócio. A par da expansão, estão também a preparar a integração, na sua plataforma, de “sistemas de gestão de reservas”.

 

Sobre o Discoveries:

Bo confessa que “não foi fácil” entregarem-se a 100% ao Discoveries, mas que graças à sua participação no programa criaram uma boa rede de contactos: “conhecemos pessoas que, ainda hoje, nos ajudam na SeaBookings e refiro-me não só a entidades, como o Turismo de Portugal e a própria Fábrica de Startups, mas também outras startups que estiveram envolvidas no programa (…) para discutir ideias”. Bo acrescenta que “a chave para o sucesso de uma startup” é “fazer uma rede de pessoas com conhecimentos” e, por isso, recomenda vivamente a participação em programas como o Discoveries.

 

O importante é começar:

O principal conselho que Bo deixa a quem está a pensar lançar o seu próprio negócio é começar: “lança já o site, compra já o domínio, começa já a pôr conteúdo”, pois “mesmo que não divulgues, o Google já sabe que o teu site é sobre esse tema”. Outro conselho que Bo dá é “vê onde estás agora, vê a felicidade e a aventura que podes ter com a startup e vê, na pior das hipóteses, se tudo correr mal, o que é que é preciso para voltares ao estado onde estás agora”.

Entrevista feita por:

Rita Frade, Coordenadora de Marketing e Comunicação da Fábrica de Startups