Daniela Fernandes: A exploradora de processos

Daniela Fernandes: A exploradora de processos

Olá, o meu nome é Daniela Fernandes e sou a mais recente aquisição da Fábrica de Startups! Antes de aqui chegar estive um ano a trabalhar à distância para uma empresa de Singapura e, por isso, gostava de partilhar com vocês um pouco da minha visão sobre o trabalho remoto.

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

Para mim, e pela minha experiência, isto não está a ser um trabalho remoto normal: estar a trabalhar a partir de casa, em isolamento, por causa de uma pandemia, implica uma gestão não só profissional, mas também pessoal e emocional muito mais exigente e desgastante. Para além de que, muitas das empresas que agora estão a trabalhar de casa, estão apenas a tentar manter o funcionamento que tinham quando estavam no escritório. E está tudo ok! Só que isso não é uma mentalidade e cultura de trabalho remoto.

Para Gonçalo Hall, Fundador do “The Remote Work Movement Podcast” e organizador do “Nómada Digital Summit”, esta não é a maior experiência de trabalho remoto de sempre. E eu tendo a concordar.

Como Gonçalo Hall explica no seu artigo no LinkedIn, o trabalho remoto tem três fases

  1. A empresa começa a permitir que os seus colaboradores trabalhem a partir de casa;

  2. flexibilidade, por exemplo, para a gestão pessoal de horários de trabalho e da produtividade dos colaboradores; 

  3. A empresa está distribuída por todo o mundo, com recrutamento a nível global e com gestão remote first.

Isto significa que a maior parte das empresas está, neste momento, apenas na primeira fase desta transição para o trabalho remoto e tem ainda um longo caminho a percorrer, se de facto isso for um objetivo.

Por isso, quero partilhar o que, para mim, é essencial para o trabalho remoto: processos.

E o que são processos, perguntam vocês?

Processos organizacionais, que eu abrevio para processos, são um conjunto de atividades de administração e operação que se relacionam entre si e podem envolver pessoas, procedimentos e informações, entre outros, para melhorar o desempenho da empresa/equipa/projeto/etc. 

Com tantas ferramentas disponíveis no mercado para a gestão de tudo e mais alguma coisa, é fácil decidirmos pela que nos parece mais intuitiva ou simples, em vez de percebermos o que realmente se adequa a nós e nos acrescentar mais valor. 

Ora, eu proponho que pensem ao contrário. E é aqui que entram os processos.

Para percebermos o que realmente precisamos e o que é melhor para nós, temos de nos conhecer, não é verdade?! E é isso mesmo que vocês têm de fazer. 

Primeiro, olhem para dentro: percebam o que é verdadeiramente a empresa, o que faz, quem participa no quê e como… Tornem-se a “Dora a Exploradora” dos esquemas e organogramas e percebam, a fundo, como é a estrutura da vossa empresa. A seguir, estudem como funciona, o que valorizam, como se aplicam na prática todos os pontos dos esquemas, quem escolhem para a equipa e porquê… No fundo, descubram a vossa cultura.

Aí sim! Quando o funcionamento global da empresa estiver claro e sólido, procurem as ferramentas que mais fazem sentido e se enquadram melhor aos vossos processos, seja para medir objetivos ou tarefas, seja para gerir clientes ou até mesmo que plataforma usar para comunicações internas e/ou fomentar relações entre a equipa. Não adianta de nada usar um Trello ou um Asana ou um Notion, se não sabem qual deles se aplica melhor ao vosso funcionamento e/ou à vossa cultura.

Tudo vai depender daquilo que valorizam e das vossas necessidades, que só se percebem com os processos: enquanto numas empresas se enquadram mais as métricas quantitativas, outras podem valorizar mais avaliações qualitativas, por exemplo. 

E, acima de tudo, tornem os processos transparentes para todas as pessoas da empresa, de maneira a que todos saibam como as coisas devem funcionar e porquê.

Esta exploração provavelmente vai implicar bastante tempo em estudo constante e em videochamadas, mas prometo que vai valer muito a pena.

Acrescento, ainda, que, nesta experiência coletiva que vivemos atualmente, é importante saber como estão as pessoas da empresa: se estão bem, como estão a lidar com tudo isto e se precisam de alguma coisa. Trabalho remoto não significa que tenhamos de estar sozinhos!

Deixo-vos aqui algumas referências de artigos, pessoas e empresas, que podem ser úteis a dar-vos asas nesta exploração:

Termino com uma frase, que encontrei no primeiro artigo acima referido e de que gostei muito:

Remote is a mindset, not a place

Boas descobertas e fiquem em segurança.

#StayHome #StaySafe

Texto escrito por:

Daniela Fernandes, Marketeer Júnior na Fábrica de Startups