As 9 tendências que vão marcar o ecossistema empreendedor em 2021
Aumento do número de serviços e soluções digitais, maior preocupação com a sustentabilidade e maior controlo de custos são algumas das tendências que irão marcar o ano de 2021, segundo algumas das nossas startups. Fica a conhecer as restantes, aqui.
© Ana Oliveira, Fábrica de Startups
Em época de reflexões sobre o ano que passou e de definição de objetivos para o novo que há-de vir, decidimos ir falar com algumas das nossas startups, para perceber quais serão as principais tendências que irão marcar o ecossistema empreendedor em 2021.
Mais serviços e soluções digitais, menos contacto:
Afonso Cunha, da ZOOMGUIDE, é da opinião de que “a digitalização vai continuar, tanto ao nível de soluções para o turista, como para empresas na área do turismo”, acrescentando, ainda, que “este aumento da digitalização e a experiência com esta pandemia vão também levar a uma redução do contacto humano”.
Bo Irik também acredita que irá haver “um aumento de serviços que permitam ao consumidor uma experiência contactless”, dando o exemplo da sua própria startup, a SeaBookings, que “permite marcar e viver experiências náuticas, sem contacto físico com uma agência ou vendedor”.
“Digitalização ainda maior, contacto ainda menor”, diz Carlos Reis, da Breakfast In Box, acrescentando que, por isso, “vai haver ainda mais a necessidade de serviços de room delivery”.
Para Djalmo Gomes, da Live Electric Tours, “o foco deverá estar na digitalização de processos e na melhoria de serviço ao cliente”, deixando algumas perguntas em aberto: “Como poderemos ser mais eficientes com menos recursos? Até que ponto pode a nossa empresa inovar e trazer disrupção para o mercado?”. Djalmo explica que “são estas as questões que os gestores devem fazer dentro da sua organização e encontrar uma resposta”. “Encontrada a resposta é focar nesse objetivo e gastar todas as energias nesse resultado”, conclui.
Criação de conteúdos autênticos:
Segundo Estevão Anacleto, da Portugal Farm Experiences, “a maioria das startups já tinha consciência de que a digitalização é uma ferramenta essencial para o crescimento de qualquer empresa”. Contudo, “terão de procurar, cada vez mais, conteúdo autêntico, de forma a mostrar aos turistas que Portugal não é só Lisboa, Porto e Algarve”.
Melhoria das acessibilidades:
Para Afonso Cunha, da ZOOMGUIDE, “a acessibilidade da informação vai ser cada vez mais importante, tanto ao nível da facilidade de chegar àquilo que se procura, como ao nível da informação estar preparada para diferentes públicos”, dando o exemplo das pessoas invisuais.
Maior preocupação com a sustentabilidade:
Raúl Anta, da REFIX, diz que “o ano 2020 irá ficar para sempre na nossa memória e que as experiências vividas irão trazer-nos novos hábitos de comportamento e de consumo”. Raúl acredita que a preocupação com a alimentação e com determinados produtos de consumo de massas irá continuar a existir, acrescentando também a saúde e higiene. Para além disso, diz também que irão ser criados “novos biomateriais de laboratório, sem impacto ambiental ou social, assim como ferramentas de rastreabilidade, que nos irão permitir rastrear produtos ao longo de qualquer cadeia, de qualquer tipo, e que nos permitem saber tanto a origem como o destino dos materiais”.
Para Afonso Cunha, da ZOOMGUIDE, os “produtos/serviços que incluam na sua proposta de valor o impacto ambiental ou social vão começar a ser mais valorizados pelos consumidores mais jovens”.
Também Djalmo Gomes, da Live Electric Tours, diz ter a certeza de que, após pandemia, a sustentabilidade será ainda mais valorizada, deixando um conselho a todos os empreendedores: “se o seu negócio ainda não está focado para este fator determinante, é altura de mudar o mindset para esta nova realidade”.
Já Guilhermo Queiroz, da Biosolvit, é da opinião que irá existir “maior esforço na reutilização de resíduos”.
Maior preocupação com a segurança:
Segundo Carlos Reis, da Breakfast In Box, a segurança e higiene vai continuar a ser uma preocupação de quem viaja: “a pandemia ainda se vai manter no próximo ano, mas quando estiver mais controlada, o medo de viajar, principalmente de famílias grandes e de pessoas sénior, ainda vai influenciar muito as decisões dos locais para onde vão”. Assim, os “hotéis, hostels, experiências turísticas e outros serviços vão ter de ter em consideração determinadas medidas nos seus projetos e negócios, para serem uma opção”.
Aumento da procura de experiências mais restritas
“Acredito que as experiências em grandes grupos possam ter mais dificuldades em ter pessoas e que, por sua vez, algumas experiências em grupos mais pequenos possam ter mais sucesso”, diz Carlos Reis, da Breakfast in Box, explicando que as “pessoas vão continuar a querer passear pelas cidades, pelos rios, a fazer tours em adegas”, mas que acha que “ao invés de um autocarro da Sightseeing, vão preferir um Tuk Tuk higienizado”, por exemplo. Carlos acredita que “marketplaces desses serviços, trabalhando em parceria com hotéis, podem ser uma boa solução”.
Novas formas de trabalhar:
Manuel Costa, da Zodomus, acredita que vai haver uma generalização do trabalho remoto e que as reuniões online vieram para ficar: “no passado de perdíamos x dias de viagem para termos uma reunião de um dia”.
Maior controlo de custos:
“As startups devem ser parcas nos gastos, para terem uma capacidade de aguentar um longo período sem investimento”, diz Manuel Costa, da Zodomus, acrescentando que “existem empresas que preferem a aceleração rápida com o recurso a capital de risco”, mas que é “apologista do Bootstrapping, pois permite que as empresas só sobrevivam se tiverem clientes para as sustentarem”.
Maior seleção:
Manuel Costa, da Zodomus, diz, ainda, que “a pandemia vai selecionar as startups que realmente estão a resolver um problema no mercado”.
Mais startups tecnológicas:
Djalmo Gomes, da Live Electric Tours, acredita que, em 2021, “o mercado empreendedor do turismo vai trazer mais startups tecnológicas com produtos realmente necessários”.
Texto escrito por:
Rita Frade, Coordenadora de Marketing e Comunicação da Fábrica de Startups