Lara Ligeiro: Desafios Profissionais em 2020

Lara Ligeiro: Desafios Profissionais em 2020

Este é um texto sobre expectativas, escolhas e novos desafios. Deixem-me apresentar: sou a Lara Ligeiro e trabalho a full-time há 14 anos (para não contar com meses de verão na Pizza Hut ou em call centers).

Nestes últimos 14 anos tive várias experiências profissionais e com elas vinham, claro, as expectativas sobre os novos desafios que abraçava.

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

No meu caso, a expectativa inicia-se sempre com o momento em que leio o anúncio de vaga. O anúncio da Fábrica de Startups apareceu-me no LinkedIn a um domingo às 08h45 e o entusiasmo foi imediato: às 08h48 já tinha respondido ao formulário on-line (depois voltei a adormecer porque era domingo e uma pessoa pode!).

Conheço a Fábrica de Startups desde 2016, na altura trabalhámos em parceria e a energia que sentia sempre quando ia às instalações faziam-me vibrar com o Ecossistema Empreendedor que na altura parecia fervilhar em Lisboa.

Não tinha ainda a expectativa de um dia me juntar a esta equipa, mas tinha bem presente que a Fábrica de Startups era o sítio sempre escolhido para o Kick-off dos programas que na altura organizava. Recordo com alguma saudade as quintas-feiras, final do dia no Terraço em que partilhávamos ideias, expectativas e cerveja.

Voltando às expectativas de iniciar um novo trabalho: o segundo momento de expectativa (para além da resposta positiva à candidatura) é a Primeira Entrevista!

A Primeira Entrevista é como que um Primeiro Date! Uma pessoa tenta escolher a roupa adequada, vai pensando no que quer realçar no discurso, vai ler um pouco mais sobre o outro (sim, stalking nas redes sociais), e vamos com a expectativa de que seja uma boa conversa, que surja uma boa energia entre os dois.

A diferença entre esta Primeira Entrevista e as outras que já tive, é que neste ano de 2020 estas aconteceram via Zoom. De certa forma habituámo-nos a trocar energias através dos ecrãs e o ambiente que sentimos quando vamos ao escritório pela primeira vez é projetada pelo canto da nossa casa, que escolhemos mostrar, ou a estante cheia de livros improvisada.

Felizmente as plataformas digitais, dão-nos a possibilidade de vermos o rosto de quem nos entrevista. Por outro lado, ainda não impendem os meus gatos de se matarem na divisão ao lado e a equipa entender de imediato que sou uma cat person.

Quando abraçamos um novo desafio desejamos uma evolução profissional, aprender novas metodologias, novos processos, que o nosso perfil e experiência também acrescente valor ao que já existe e claro, uma partilha e aprendizagem com os nossos novos colegas.

E depois… Depois chega a próxima expectativa (após receber a notícia de que faria parte desta Equipa): o Primeiro dia de Trabalho.

O Primeiro Dia de Trabalho é sempre esperado com alguma ansiedade (admito que sou daquelas pessoas que não consegue dormir descansada na noite anterior). Sai-se mais cedo de casa, para chegar a horas, não esquecer máscara, levar After Eights para a Patrícia e vamos a isso! Claro que me enganei na saída da auto estrada! E foi neste dia, e na primeira semana, que percebi a diferença entre abraçar novos desafios em 2020 e nos anos anteriores. Percebi a dificuldade que é ter a certeza de que os colegas, que via no Zoom, são estes que agora estão a chegar à minha frente (ainda por cima todos sabemos que usar máscara e óculos não é compatível).

Não retirou de forma nenhuma os sorrisos, os “Bem-Vindos” calorosos e as visitas guiadas, que nos esperam num Primeiro Dia. O que realmente achei curioso foi o facto de, nestes novos tempos em que estamos de máscara, nos irmos acostumando a tentar perceber as expressões e a comunicação não verbal uns dos outros.

Na passada semana acompanhei um dos Programas de Ideação da Fábrica, o Blue Bio Value, e foi curioso e quase cómico quando a Equipa ia ao café de manhã, e ficávamos admirados a ver a cara “total” uns dos outros, porque essa imagem (de nós sem máscara) não é ainda natural no dia-a-dia, para quem chega recentemente.

Assim, quase a chegar a 2021, e passado ainda pouco mais de duas semanas de Fábrica de Startups, agradeço a amabilidade e entusiasmo com que me receberam. É com grande alegria que percebi que o entusiasmo que senti no início 2016 na primeira vez que conheci a Fábrica se mantém e é tão justificada.

Como última expectativa tenho de referir que anseio pelo dia em que não fiquemos admirados de nos ver sem máscara e que os sorrisos não sejam só olhos rasgados e emojis.

Texto escrito por:

Lara Ligeiro, Acceleration Manager na Fábrica de Startups