João Diogo Duarte: Novos Começos em Tempos Conturbados
Olá a todos e bem-vindos à minha primeira tentativa de construir um texto suficientemente interessante e marcante para se coadunar com astúcia poética e cómica dos meus estimados e prezados novos colegas aqui na Fábrica de Startups.
© Ana Oliveira, Fábrica de Startups
Como mais recente funcionário e colaborador aqui deste centro de inovação e de inspiração empresarial, tentarei puxar pelas musas do empreendedorismo e ver se me passam um pouco de romanticismo, de forma a não me espalhar por completo.
Então, vamos lá!
O meu nome é João Diogo Duarte (uso o nome do meio porque há muitíssimos rapazes chamados João e uma pessoa tem de fazer por criar marca) e considero-me uma pessoa bastante ativa no mundo dos desportos aquáticos e do empreendedorismo, adoro visitar novos países tropicais e interagir com outras culturas, tenho um fascínio especial por manga e anime (sou um grande nerd!) e aprecio muito passar tempo com a minha família e com os meus amigos e cozinhar para eles.
Enveredei pela Gestão e Administração de Empresas na Universidade Católica, porque desejava ser o próximo Bill Gates, Jeff Bezos, Steve Jobs… Não importa, desde que tivesse o dobro da fortuna e o triplo do fashion style.
Também realizei um programa de Erasmus de 4 meses na Universidade Bocconi em Milão, auxiliei a formação de uma startup de cocktails engarrafados durante a minha estadia em Itália, fiz um estágio profissional, entre a licenciatura e o mestrado de 2 meses, na PwC Portugal e, após a conclusão do meu percurso académico, viajei pelo mundo onde realizei diversos programas de voluntariado.
De facto, viajei pelo mundo, fiz voluntariados, conheci pessoas e culturas incríveis e, por fim, deixei-me de histórias e fui trabalhar.
O meu percurso profissional começou na Deloitte como consultor na área de Risk Advisory, onde acabei por trabalhar 1 ano e 7 meses e realizar diversos projetos multidisciplinares em diferentes indústrias.
Saí em plena pandemia (“ó meu deus, como tiveste coragem para fazer isso?” – perguntam vocês), pois queria fazer aquilo que verdadeiramente apreciava e me dava prazer, que era envolver-me no mundo do empreendedorismo, do qual já tinha tido um cheirinho, não só através da minha experiência em Erasmus, mas através das aulas de empreendedorismo que tive na licenciatura com o Fundador e CEO da Fábrica de Startups, António Lucena de Faria, que agora é meu chefe (não se preocupe Professor, só vou dizer coisas boas).
Como estava a contar, saí da Deloitte e ainda fiquei 2 mesitos à procura de emprego. É verdade! Aposto que querem agora saber como lidar com uma situação de desemprego em plena crise e rapidamente arranjar emprego certo? Ok, aqui vai o ensinamento:
Precisam de manter sempre uma atitude positiva e não derrotista. Têm de acreditar que vão conseguir, pois se não o fizerem, quem irá? Irão receber muitas recusas e muitas notificações de “Agradecemos o contacto e interesse, mas de momento não temos vagas disponíveis”. A certa altura, já têm a mensagem decorada e reparam que é sempre igual e que provavelmente a comunidade dos Recursos Humanos (RH) tem um grupo de WhatsApp e anda a passar templates de resposta a chatos desesperados. Contudo, peçam sempre feedback e sugestões. Acreditem que se não for hoje que conseguem arranjar o vosso emprego de sonho, será amanhã ou daqui a uma semana ou um mês. Mantenham-se fortes tanto em aspeto físico como mental, ou seja, sorriam e não desistam!
Invistam no vosso CV! Descrevam o vosso percurso académico e profissional em termos práticos daquilo que conseguiram atingir a nível pessoal e a nível profissional (resultados concretos). Invistam este “tempo livre” para aprender novas línguas, novos conhecimentos de software, tirem cursos de finanças ou marketing online e coloquem os vossos certificados junto do vosso CV. Têm de se destacar!
Vejam websites e vídeos sobre como fazer aqueles testes online (lógica verbal, numérica e sequencial), que não provam nada sobre as vossas capacidades, mas que infelizmente as pessoas dos RH insistem em fazer e pratiquem, pratiquem, pratiquem!!!! Têm de saber gerir a pressão e o tempo, pois é isso que é testado! Eu cheguei a praticar, à vontade, mais de 500 desses testes, já que esse era o meu ponto fraco nos processos de recrutamento.
Igualmente, desenhem guiões de entrevista com múltiplos cenários e respostas alinhadas com os interesses e desejos da vossa audiência. Neste aspeto, eu não tive de investir muito tempo, pois adoro falar e consigo desenrascar-me bastante bem e interagir com diferentes tipos de pessoas. Contudo, se acharem que têm problemas em desenvolver uma conversa, pratiquem em frente de um espelho ou dos vossos pais. Também não se esqueçam de estudar a empresa, os seus diversos projetos e áreas de negócio. Tragam valor acrescentado à conversa ao mostrarem que compreendem a realidade atual internacional dos mercados e indústrias em particular e que têm a solução no vosso bolso.
Falem com amigos e conhecidos para pedir referências, descobrir antecipadamente novas vagas que estejam a abrir, solicitar conselhos e tentem expandir a vossa rede de contactos ao máximo! Não tenham vergonha, pois mais tarde ou mais cedo essas pessoas também vão precisar da vossa ajuda e vocês terão, certamente, todo o gosto em poder ajudar, especialmente em tempos conturbados. Se não falarem com ninguém, garanto que será infinitamente mais difícil arranjar emprego.
Sejam chatos e contactem as empresas diretamente e, se possível, as áreas de RH. Não enviem emails, liguem!!!!! Deste modo, como muitas pessoas se retraem deste meio de atuação, as empresas e as áreas de recrutamento vão instantaneamente lembrar-se de vocês assim que surgir uma vaga. Nesses telefonemas procurem ser marcantes ao demonstrarem simultaneamente uma atitude relaxada e um discurso competente e profissional. Ao fazerem isto, irão provar que possuem as soft skills necessárias para lidar com os vossos potenciais colegas de equipa e as hard skills baseadas em rigor técnico e capacidade analítica.
Candidatem-se não só para vagas específicas, como de forma espontânea para o máximo de empresas possíveis, desde que estejam dentro dos vossos interesses! Quanto mais contactos fizerem, maiores as probabilidades de serem contactados. Não se foquem apenas numa ou duas ou três empresas e procurem ser flexíveis. Contudo, tenham também em atenção e não enviem CVs para empresas que não se coadunam com os vossos interesses, pois ninguém quer acabar por trabalhar numa empresa que não gosta. A chave é o equilíbrio entre estas duas condições.
Presença ativa nas redes sociais, especialmente no LinkedIn, através de envolvimento em comunidades, pesquisa de vagas e interação ativa com membros da plataforma. Lembram-se de terem ouvido que o Marketing é o coração do negócio de uma startup? Pois bem! Invistam nesta componente, como se vocês próprios fossem uma empresa que está a tentar angariar clientes no mercado B2B. Criem uma sólida proposta de valor em redor dos vossos conhecimentos, capacidades e, acima de tudo, possíveis contributos para as receitas dos vossos consumidores.
Agora, voltando à parte menos didática, decidi entrar na Fábrica de Startups devido a várias razões, sendo que a primeira delas todas é o meu fascínio pelo mundo do empreendedorismo. O ambiente de geração, discussão, execução e transformação de ideias disruptivas e inovadoras em produtos e serviços que impactam realmente e significativamente o mercado e as vidas da sociedade sempre foi algo em que quis desenvolver a minha carreira. Não existe um negócio mais jovem, mais flexível, mais impactante e mais divertido de trabalhar do que este!
A segunda razão prende-se com a possibilidade de poder trabalhar naquilo que gosto numa empresa de referência no mercado. Após um prévio contacto com a Fábrica de Startups e o seu CEO, António Lucena de Faria, no decorrer do meu percurso académico e muita pesquisa de mercado, descobri que esta empresa é uma das maiores e principais aceleradoras de startups de Portugal, tendo já efetuado projetos para uma variedade de indústrias e colaborado com diversas entidades privadas e públicas. Tenho agora o prazer de ser agora o Innovation Manager encarregue não só de produzir as ferramentas e recursos que potenciam os empreendedores a lançarem as suas empresas ao mercado com sucesso como também já me encontro responsável pelo meu próprio Programa de Aceleração, o Starting.
Por fim, mas talvez mais importante a longo prazo, ingressei neste mundo e nesta empresa devido ao desejo de obter todas as capacidades, contactos e recursos que me possibilitem criar algo verdadeiramente único e meu no futuro. De facto, eu quero não só ajudar os outros a atingir os seus objetivos e sonhos, como tenho os meus próprios objetivos e sonhos de criar os meus próprios negócios internacionais nas áreas das smart cities, energias renováveis e lifestyle & healthcare. Com efeito, desejo auxiliar na criação de uma sociedade altamente desenvolvida a nível tecnológico, socialmente responsável e repleta de espaços verdes e, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida e longevidade dos nossos cidadãos.
Resumindo e concluindo, sinto que tomei a decisão certa na altura certa. Eu sei que ainda tenho toda uma vida pela frente, mas creio piamente que o meu futuro passa por aqui.
Espero poder crescer, aprender não só com os meus colegas aqui da Fábrica de Startups, mas também com as pessoas que vou conhecer ao longo do meu percurso e que se podem, com alguma sorte, tornar os meus futuros parceiros de negócio nalguma atividade empreendedora.
Podia continuar e continuar, mas creio que vou concluir por agora, pois a informação pode ser demasiado pesada para caber na página do website (vocês compreendem estas chatices destes problemas informáticos né?)
Beijinhos, abraços e bom ano de 2021!
Texto escrito por:
João Diogo Duarte, Strategic Innovation Manager na Fábrica de Startups