Patrícia Cabido: Eventos em tempos de pandemia

Patrícia Cabido: Eventos em tempos de pandemia

Num ano tão atípico como 2020 se tem revelado, defrontamo-nos com desafios impensáveis há um ano.

Na Fábrica de Startups, sou gestora de projeto de um programa de aceleração chamado Blue Bio Value. Após duas edições de sucesso, em que trouxemos até Portugal mais de 30 equipas vindas dos 4 cantos do mundo, surge uma pandemia mundial que nos fez repensar o modelo do programa e torná-lo 100% remoto.

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

Eis que surgem grandes questões: Como tornar um programa presencial em remoto? Como vamos agarrar a audiência mantendo-a ligada durante 5 semanas? Como evitar desistências? Que plataformas usar? Que ferramentas? Que dinâmicas?

Já tínhamos “in house” muito material e know how para o efeito, por isso, hoje partilho alguns daqueles que considero terem sido os 6 fatores decisivos para o sucesso do programa:

  1. Escolher os parceiros certos:

    Todos sabemos que ouvir um orador, atrás de um computador, por mais de 30 min pode ser muito aborrecido. E quando falha o som? E o vídeo que não passa? E as salas de trabalho individuais que não funcionam? Escolher uma empresa de audiovisuais que torne a experiência mais rica visualmente é um investimento mais do que justificado e torna logo tudo mais atraente para quem está “do lado de lá”.

  2. Reformular agenda:

    A duração das sessões deve ser restringida ao mínimo indispensável e reservar momentos extra para apoiar as equipas fora das sessões principais é fundamental.

    A sessão deve ser intercalada entre os conteúdos que queremos lecionar e os momentos de interação com as equipas/participantes, para que se possa criar ligação entre o orador e os mesmos. Deve-se também apostar em salas de trabalho individuais (mas virtuais), para a realização de trabalhos em equipa e apresentação e discussão de trabalho entre pares.

  3. Material didático em formato digital:

    Tudo o que era físico passa a digital! Esqueçam dinâmicas de grupo numa mesa redonda e façam download dos exercícios em formato editável!

  4. Monitorização do trabalho das equipas:

    Se possível, centralizar todo o trabalho das equipas numa única plataforma, a que todos possam aceder, para que a informação possa estar sempre acessível e visível para todos, de forma a perceber o progresso de cada equipa/participante. A nossa FabStart Academy, que suporta toda a nossa metodologia, foi crucial para este trabalho.

  5. Escolher os melhores:

    Os oradores devem estar ultra motivados, devem apostar no dinamismo e ser os melhores nas matérias que vão apresentar. Devem ter boa relação com as câmaras e fomentar (genuinamente) empatia com a audiência.

  6. Dream Team:

    Ter uma equipa de suporte presente, com papéis claros na organização, e sempre disponível em todos os momentos, é fundamental. É aqui que as equipas sentem a coerência do programa e quem os pode ajudar em determinadas situações.

 

Escrevo este texto no dia 28 de outubro, véspera do Final Pitch Day da edição de 2020 do Blue Bio Value, e posso desde já dizer que… Este programa foi um sucesso!

Texto escrito por:

Patrícia Cabido, Operations Manager na Fábrica de Startups