Let’s Go Baby: a startup que todas as famílias deviam conhecer

Let’s Go Baby: a startup que todas as famílias deviam conhecer

A vencedora da edição de 2020 do Tourism Explorers em Setúbal chama-se Let’s Go Baby e quer facilitar a vida das famílias durante as viagens por Portugal.

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

Quem tem por hábito viajar, sabe que imprevistos acontecem sempre, por mais que se ache que se tem a viagem 100% planeada e organizada. Foi por ter passado por experiências menos boas com um dos seus filhos, que Vera Cunha decidiu criar a Let’s Go Baby, uma startup que oferece um serviço de aluguer de material de bebé, proporcionando uma viagem mais confortável às famílias que viajam para Portugal.

 

Let’s Go Baby: o resultado de uma viagem atribulada

Vera conta que a ideia de criar a Let’s Go Baby surgiu em 2017, aquando da sua primeira viagem em família: “eu, o meu marido e o nosso primeiro filho, na altura com cerca de três meses, fizemos uma viagem até Berlim e o que aconteceu foi que chegámos ao hotel e não tínhamos coisas básicas para o bebé, perderam-nos o nosso ovo no avião”. No ano seguinte voltaram a passar por uma situação semelhante: “a rent a car deu-nos uma cadeira que não era nada ajustada à idade dele e estragaram-nos o nosso carrinho de passeio, no porão”. Vera diz que a ideia de negócio surgiu logo na primeira viagem e que a segunda veio validar o que já tinham pensado fazer.

 

Os primeiros passos

A seguir, Vera diz que foram verificar o que é que “havia em Portugal, semelhante, e, acima de tudo, o que é que havia lá fora”. Durante a pesquisa perceberam que havia muitas empresas de aluguer de material de bebé nas grandes cidades e, segundo Vera, foi isso que lhes deu força para avançarem: “se existe lá fora, certamente que pode resultar aqui também”.

 

Concorrência (in)existente?

Em Portugal, Vera diz que existem duas empresas parecidas, mas que, na sua opinião, o foco é bastante diferente. Vera explica que já começam a surgir mais empresas de aluguer de material, mas para famílias portuguesas, o que não é o seu target.

 

Parar para pensar

Vera conta que lançaram a loja online em outubro de 2018 e que 2019 decorreu num ritmo quase automático: “serviços a aparecerem, entregas a serem feitas, recolhas…”. Quando a pandemia chegou, decidiram parar. Vera diz que foi uma época de reflexão sobre o que é que já tinha acontecido até então, desde o lançamento da loja até ao início da pandemia, e, acima de tudo, para se recordarem do que é que os seus clientes lhes diziam.

 

O resultado

Foi aí, depois desse tempo em que parámos para pensar e relembrar tudo o que os clientes nos tinham dito em 2019, que decidi tornar a Let’s Go Baby no primeiro serviço de concierge”, diz Vera. Isto significa que agora, para além do aluguer de material de bebé, também oferecem todos os outros serviços que ajudam as famílias a ter uma viagem mais tranquila e sem grandes surpresas, como transfers privados, compras de supermercado, babysitting, entre outros.

 

Mas, há mais…

Para além dessa alteração para concierge e para ampliarem os seus serviços, Vera está também a desenvolver um site (Kids to Go) com um parceiro da IPStartUp, onde estão incubados (prémio que receberam por terem sido a startup vencedora em Setúbal): “durante a pandemia percebi também que existiam muitas falhas a nível de informação sobre o que fazer e onde ir com crianças”. “Estava tudo desatualizado na internet”, acrescenta. Com este site, Vera pretende ajudar famílias, estrangeiras ou não, a saberem onde ir e o que fazerem com as crianças.

 

A participação no Tourism Explorers

Vera conta que foi esta transição que fez com que se candidatassem ao Tourism Explorers, programa que, segundo a própria os ajudou a “seguir todos os pontos do modelo de negócio e de forma organizada”. Para além disso diz também que lhes trouxe outra vez “aquele entusiasmo de voltar a trabalhar, ter horários, ter tarefas”, sobretudo, num período complicado em que estiveram “com os filhos em casa, com baixa faturação…”.

 

Validação + Criação de comunidades

Para Vera, o mais importante é a validação do negócio, que foi o que, na altura, não fizeram na Let’s Go Baby (só mais tarde no Tourism Explorers) e também a criação de comunidades: “a seguir ao programa fomos contactados por uma business angel, com quem ainda hoje mantemos contacto, que nos disse para criar uma comunidade e começar a geri-la, de forma a que quando lançasse este novo serviço já pudesse ter um público”. Vera diz que isto foi, de facto, uma coisa que lhe ficou bastante gravada na memória e que fez, de facto: “segui o conselho dela e fiz um grupo de Facebook com mães e pais”.

 

O que se segue?

Depois de Lisboa, Comporta e Tróia, Vera diz que o objetivo agora é chegar ao Algarve e ilhas. “Tem sido mais difícil chegar ao Algarve, por falta de recursos humanos, de espaços disponíveis e também pela sazonalidade”, explica. A partir de janeiro vão-se começar a concentrar mais nos Açores e na Madeira, uma vez que também são zonas muito turísticas.

Entrevista feita por:

Rita Frade, Coordenadora de Marketing e Comunicação da Fábrica de Startups