Patrícia Cabido: Sou team "home office" e tu?

Patrícia Cabido: Sou team "home office" e tu?

O método de trabalho mudou à escala global. Trabalhar com horário fixo e presencialmente deixou de ser a regra e, mesmo as empresas que diziam ser “flexíveis”, não tiveram outra hipótese quando uma mudança drástica chamada pandemia trouxe a decisão irrevogável de trabalharmos todos (sem exceção) a partir de casa.

Será que esta trend veio para ficar? Ou foram apenas duas seasons e estamos prestes a chegar ao último episódio?

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

Sei que as opiniões se dividem, mas vamos a factos:

O empregador reduziu despesas e toda a logística inerente a um escritório. Acabaram as interações “supérfluas” entre os funcionários: aquele cafezinho a meio da manhã ou um almoço que se alongou e o nosso colega chegou atrasado para a reunião das 14h. Neste momento até se vê com outros olhos a possibilidade de contratar recursos de outra parte do mundo, afinal de contas, a geografia deixou de ser importante!

Por outro lado, o colaborador passou a ter maior autonomia, mais flexibilidade e maior qualidade de vida ou aquilo a que hoje se chama life balance. Não apanhamos trânsito de manhã, chegamos sempre a horas à reunião das 9h30 de segunda-feira, deixámos de estar no num escritório à temperatura de uma arca de gelados “Olá” e conseguimos estar concentrados sem aquela colega hiperativa te interromper para contar uma história ótima, mas que rebentou a tua concentração para aquele relatório que estavas a preparar.

Para a sociedade em geral, reduzimos de forma radical a poluição (nunca se viram tantos golfinhos no Tejo), o trânsito infinito em horas de ponta deixou de ser um problema e ocorreram menos acidentes rodoviários – uma maravilha, portanto!

Mas trabalhar em regime home office, na minha opinião, eleva ainda mais as expectativas que têm sobre nós, por isso, há alguns fatores críticos de sucesso para um bom desempenho no lar doce lar:

O espaço de trabalho passa a ser definido por nós, por isso deve estar exatamente conforme achamos que somos mais produtivos e inspirados – no excuses!

Conhecer bem as nossas responsabilidades e tarefas da função que desempenhamos, caso contrário, pode mesmo ser um passo em frente quando estamos à beira de um abismo e passar a ser angustiante e desmotivador estar “sozinho em casa”.

Utilizar algumas ferramentas fundamentais: uma Dropbox organizada, chats com grupos de trabalho, plataformas para fazer reuniões, calendários partilhados, Trello e afins para o bem-estar da organização e a produtividade da equipa. Eu, Patrícia – a mais “velha do Restelo” quanto à utilização de algumas ferramentas - me confesso!

 

Já deu para perceber que sou team “home office” e que adoro o silêncio da casa vazia só para mim. Nunca tinha tido o privilégio de trabalhar a partir de casa e estou a adorar, mas também não sou radical: uma vez por outra é ótimo voltar ao escritório, almoçar com os colegas que nos fazem rir, descobrir que afinal a Lara (que entrou para a equipa durante a pandemia) afinal é mais baixa do que eu e que a Rita mudou a cor do cabelo há semanas e só agora é que percebi!

Mas depois, voltar a casa com o espírito de equipa renovado e inspirada para mais uma semana de trabalho (em casa)! :)

Nota para o leitor: este texto foi escrito em casa, com a minha playlist preferida a tocar, descalça, com café quente na minha chávena favorita, rodeada de coisas que gosto… e uma máquina de roupa a lavar!

Texto escrito por:

Patrícia Cabido, Operations Manager na Fábrica de Startups