Inteligência artificial, o melhor aliado na gestão da informação no setor do Turismo. Com a Guide121, claro!

O Brasil foi o nosso destino de abril. Estivemos à conversa com uma das startups que venceu a edição de 2019 do Discoveries, a Guide121. Foi uma conversa inspiradora, onde falámos do presente, passado e futuro desta startup.

Quantas vezes já nos sentimos enganados por confiar numa determinada informação que lemos na internet, sobretudo quando vamos viajar? Muitas vezes. Para ajudar a resolver esse problema, a Clarissa Santiago e a Ana Elisa Ribeiro criaram a Guide121, uma “ferramenta de comunicação para apoiar e resolver a dor da falta de comunicação rápida, assertiva e confiável”. Nesta entrevista, uma das suas Co-Fundadoras, Clarissa Santiago, explica como se especializaram em assistentes digitais.

A dor:

Clarissa explica que tudo começou com a dor que sentiram na falta de informação relevante, assertiva e atualizada no turismo: “muitas vezes chegámos a um sítio, baseado em alguma informação que pesquisámos, e afinal já não era aquilo ou já não existia mais”. “Então, começou por esse desejo de ter uma forma de ajudar as pessoas a terem informações na palma da mão, assertivas e atualizadas para melhorar a sua experiência”, conta Clarissa.

A primeira proposta de solução:

Depois, como perceberam que havia uma grande procura por profissionais de turismo decidiram criar um marketplace, para que estes tivessem um espaço onde pudessem colocar as suas informações. Mas, “deu tudo errado e não era esse o caminho”, revela Clarissa.

A solução:

Como esta experiência não correu bem, Clarissa diz que começaram a refletir: “nós já estamos a conectar as pessoas às pessoas certas, mas e a dor da informação?”. Foi aí que chegaram à conclusão de que tinham de se tornar “um pouco um guia turístico, inclusive para os profissionais de turismo”, explica. Para Clarissa, a “essência da Guide121 reside em entender a necessidade do utilizador e entender, do outro lado, o contexto em que ela está e ser o elo de ligação entre os dois”.

Testar para validar:

Depois de perceberem como é que podiam solucionar a dor que sentiam, decidiram começar por fazer testes num resort: “um resort é uma minicidade, por isso, se conseguíssemos fazer isto num resort, depois conseguiríamos avançar para outros destinos”, explica Clarissa. Aí, conseguiram aprender muita coisa e, sobretudo, validar a hipótese de que a “informação na palma da mão ajuda e muito” e, para além disso, permite “otimizar o processo operacional”, revela.

Aplicação vs. WhatsApp:

Clarissa conta que começaram por fazer isso através de uma aplicação, mas depois perceberam que através do WhatsApp funcionaria muito melhor: “especializámo-nos em assistentes digitais no WhatsApp”.

Vantagens:

Como são os resorts a criar o seu próprio assistente digital, que passa a ser o principal ponto de contacto da marca com o cliente, a integrá-lo e a divulgá-lo, por exemplo, através do seu site, Clarissa diz que conseguem diminuir o risco e aumentar a rentabilidade. “Nós passámos a fazer parte da operação e esse é um dos motivos pelos quais ainda não perdemos nenhum cliente”, explica.

Uma guarda partilhada:

Clarissa diz que o papel da Guide121 é treinar a inteligência artificial e o dos resorts é manter a informação atualizada, através de uma plataforma específica: “é uma guarda partilhada”. “Nós estamos a conseguir otimizar processos e a garantir um canal de comunicação com os hospedes, porque, por exemplo, se mudar alguma coisa no resort, estes vão receber um alerta no WhatsApp”, acrescenta. Clarissa afirma que se tornaram numa “ferramenta de comunicação para apoiar e resolver a dor da falta de comunicação rápida, assertiva e confiável”.

A decisão de participar no Discoveries:

Quando questionada sobre o motivo pelo qual se decidiu inscrever no Discoveries, Clarissa respondeu que viu neste programa uma grande oportunidade para trocar e partilhar ideias e aprender com outras pessoas que estão a inovar no setor do Turismo.

O ponto alto do programa:

Para Clarissa, as sessões de mentoria foram “um dos melhores momentos do programa”. “Eu acho que a troca de opiniões com os mentores, o feedback que recebemos, porque às vezes temos muitas dúvidas, foram um dos pontos altos do programa”, acrescenta.

A vitória:

Clarissa diz que o Discoveries, em si, é um programa muito bom, mas o facto de ter sido uma das startups vencedoras e de “poder carregar isso para a história da Guide121 também é muito importante”.

Internacionalizar a marca:

Segundo Clarissa, a Guide121 foi criada, desde o início, para ser uma marca global: “nós pensámos nisso, por isso, os nossos objetivos passam por ser uma marca globalmente reconhecida como especialista em assistência digital”.

A chegada da pandemia:

“O nosso runway era de seis meses e, por isso, tivemos de tomar a decisão se iriamos ou não continuar”, explica Clarissa. Para isso fizeram uma análise SWOT, que lhes permitiu chegar à conclusão de que “agora, mais do que nunca, a hotelaria iria precisar de tecnologia, de recursos digitais para se comunicar”, acrescenta. “Esta foi a nossa oportunidade e mergulhámos de novo no produto”, diz Clarissa. Acabaram por lançar uma nova plataforma.

O surgimento de novas oportunidades:

Clarissa diz que a pandemia permitiu desenvolver as competências de liderança dos empreendedores, porque foi preciso “exercitar a resiliência e a visão estratégica”. “Eu acho que permitiu exercitar o conceito de anti fragilidade e com isso, se estás próximo do teu cliente, vais conseguir ter uma maior abertura para compreender as suas dores”, explica. De forma resumida, Clarissa diz que “os empreendedores tiveram a oportunidade de aprender, na prática, a importância de estar próximo do cliente, de o ouvir e exercitar esse conceito de anti fragilidade”.

Entrevista feita por:

Rita Frade, Coordenadora de Marketing e Comunicação da Fábrica de Startups