Shoevenir: os novos sneakers que vão tornar as tuas viagens inesquecíveis

Shoevenir: os novos sneakers que vão tornar as tuas viagens inesquecíveis

Este mês fomos conversar com uma das equipas que participou na edição de 2020 do Tourism Explorers: a Shoevenir. É uma startup, com sede no Porto, que desenvolveu uma nova oferta para os turistas: sneakers sustentáveis. Gonçalo Marques, um dos seus Co-Fundadores, contou-nos tudo.

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

Ímanes? Postais? Já eram. Agora vais poder comprar umas Shoevenirs para te recordares daquela viagem incrível ao Porto, a Lisboa, à Madeira, aos Açores ou até mesmo ao Algarve. Curioso? São, nada mais, nada menos, do que sneakers desenvolvidos por dois amigos de infância, Gonçalo Marques e Miguel Lopes. Uma história a não perder aqui.

 

“Qual é a lembrança ideal de uma viagem?”

Quando questionado sobre a origem da ideia de negócio, Gonçalo começa por explicar que “nós estamos habituados a viajar e a comprar um íman, um postal, mas que no fundo é um mercado muito saturado”. “Não existia novidade”, acrescenta. Então, aquilo que fizeram foi responder à questão “qual é a lembrança ideal de uma viagem?”. E assim chegaram à palavra Shoevenir: “achámos que tinha um potencial gigante e, por isso, decidimos investigar o que é que já existia com esta palavra”, diz Gonçalo. “Ao percebermos que não havia praticamente nada, avançámos logo com o registo da marca em Portugal e, após concessão, na UE”, conta.

 

Uma conjugação de fatores

Para Gonçalo, a ideia de negócio surgiu da vontade de explorar um conceito interessante e de “criar um produto inovador e completamente diferenciado daquilo que é a oferta para os turistas”. Para além disso, confessa que tanto ele como o seu sócio, Miguel Lopes, são amantes de sneakers.

 

Uma porta que se abriu

A seguir, começaram a fazer uns rabiscos, para verem o que é que lhes saía em termos de design, e, mais tarde, decidiram pegar no carro e tocar às campainhas das fábricas em Felgueiras e S. João da Madeira à procura de fornecedores. Gonçalo diz que ouviram muitos “nãos” até chegarem a uma porta que se abriu: “a fábrica JOVAN ouviu o conceito, ouviu a nossa perspetiva sobre o tema, acreditaram e investiram em nós”. “Nós lançámos a marca com eles”, acrescenta.

 

Sustentabilidade acima de tudo

E como querem continuar a “ter memórias incríveis no nosso planeta”, colocaram a “sustentabilidade no centro de tudo”: “eu e o Miguel temos este lema que é já nem é moda sustentável, é senso comum”, diz Gonçalo. “Não faz sentido, em 2021, ainda continuarmos a utilizar materiais que não são amigos do ambiente, que vêm de origem animal, que resultam de desperdícios de indústria animal e, por isso, decidimos optar só por materiais vegans, sintéticos, reciclados e recicláveis”, acrescenta. Cortiça reciclada, pele sintética e plástico recolhido do oceano - que é depois transformado em poliéster – são alguns dos materiais utilizados para fazer as Shoevenirs.

 

O foco no online

Também a pensar no meio ambiente, Gonçalo diz que, para já, se querem concentrar no comércio digital: “neste momento, queremos focar-nos no comércio digital, porque a nível daquilo que é a pegada carbónica, de transporte, de armazenamento, de stockagem nos retalhistas é muito mais prejudicial para o ambiente fazer este tipo de negócio, do que fazer só entrega direta no cliente final”. Para além disso, Gonçalo diz que conseguem passar a sua mensagem muito mais facilmente no mundo digital: “as sapatilhas sozinhas, isoladas numa prateleira não conseguem contar a história, como nós conseguimos nas nossas redes sociais ou no nosso site”. De qualquer forma, não descarta a hipótese de um dia terem presença física em determinados pontos de interesse, como aeroportos ou estações de comboios.

 

A passagem pelo Tourism Explorers

Gonçalo conta que decidiram participar no Tourism Explorers por vários motivos: em primeiro lugar, porque o seu “produto está inteiramente relacionado com turismo”, depois pelo facto de poderem “lidar diretamente com entidades ligadas ao turismo, como a Escola de Hotelaria e o Turismo de Portugal”, e, por último, por poderem ter contacto com “pessoas que já têm experiência a montar projetos do género”. “Eu e o Miguel fartamo-nos de falar sobre o nosso período no Tourism Explorers, que foi fantástico”, diz. Gonçalo acrescenta, ainda, que o programa lhes permitiu chegar a muitas conclusões, a obter feedback de pessoas da indústria e a validar o seu produto.

 

Depois da tempestade vem a bonança

Dificuldades existem, principalmente para quem não tem qualquer tipo de experiência na área e quer começar um projeto”, diz Gonçalo. Ainda assim, conta que “as grandes dificuldades surgiram com a pandemia e estiveram, essencialmente, relacionadas com tempos de produção, que foram atrasados”. Gonçalo diz que o fluxo de trabalho, a cronologia e o planeamento foram quebrados. No entanto, apesar das pausas forçadas, que lhes dificultaram muito o trabalho, Gonçalo diz que agora estão onde estão.

 

Shoevenir Portugal, Londres, Barcelona…

Quanto ao futuro, Gonçalo diz que se veem, daqui a um, dois anos, como o Hard Rock Cafe: “da mesma forma que tu vais ao Chile, ao Peru e, sei lá, ao Zimbabué, e eventualmente tem lá um Hard Rock Cafe, também vais ter uma loja da Shoevenir, onde podes comprar a melhor lembrança possível daquela localização”. “O nosso objetivo é estarmos presentes em vários pontos do mundo, com lojas Shoevenirs”, acrescenta. Gonçalo diz, ainda, que podem adaptar o conceito, por exemplo, a festivais, como o Rock in Rio: “pode ser uma experiência interessante, tanto para os participantes, como para a organização do festival”.

 

Conselhos de um empreendedor

A todos aqueles que estão prestes a lançar um negócio, Gonçalo dir-lhes-ia para “ignorarem os ‘nãos’ que vão ouvir, porque eles vão existir sempre”. Dir-lhes-ia também para fazerem “checklists do que é que é suposto fazer-se”, para se “focarem em determinadas horas do dia”, para “perceberem se o mercado quer esse tipo de produto”. “Às vezes a vontade e a determinação é muita e, por isso, esquecemo-nos que realmente temos de estar a acrescentar alguma coisa ao mercado, se não, o nosso produto não tem sucesso”, conclui Gonçalo.

Entrevista feita por:

Rita Frade, Coordenadora de Marketing e Comunicação da Fábrica de Startups