Sílvia Almeida: Dicas para inovadores no mundo pós-quarentena

Sílvia Almeida: Dicas para Inovadores no Mundo Pós-Quarentena

Olá, o meu nome é Sílvia Almeida e sou Diretora na Fábrica de Startups, com a missão de desenvolver a área de Corporate Innovation.

Quando me desafiaram para escrever este texto - “Sílvia, escreve algo sobre ti” - o mundo era uma realidade diferente. Qualquer tema que eu pudesse ter pensado escrever naquela altura, teria ficado estranho mantê-lo agora.

A minha preocupação hoje é escrever algo que seja relevante. Não pode ser sobre mim, isso hoje não interessa. Hoje interessa-nos o “nós”, o coletivo, como podemos voltar a ser saudáveis, alegres, despreocupados… eventualmente abastados, como antes.

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

© Ana Oliveira, Fábrica de Startups

Há muito poucas certezas no momento atual, mas se há uma é a de que “nada será como dantes”. Mas então, como vai ser?

Além desta função na Fábrica, eu tenho outras atividades entre as quais ser Business Angel e Investor in Residence na Católica Lisbon School of Business and Economics. Em qualquer um destes contextos, várias questões me têm sido postas:

  • Como vai ser o empreendedorismo daqui para a frente?

  • Haverão investidores para financiar novos projetos? Haverá capital?

  • E as empresas? Irão continuar a apostar em inovação? De que forma?

Não tendo respostas objetivas para nenhuma destas perguntas, eu tenho aspirações: uma mistura da informação resultante do que eu já vi acontecer, em várias grandes crises que já vivi ao longo da minha vida, com aquilo que eu gostava que acontecesse, neste mundo pós-Covid-19 que nos espera.

E assim, arrisco-me dizer a resposta é “sim, sim, sim, sim, mas tem que ser relevante!

Quando confrontado com a possibilidade de morrer, o ser humano rapidamente rearranja as suas prioridades e ideias, que antes até poderiam ter tempo de antena, mas hoje não.

Foi assim após o 11 de setembro de 2001, data que mudou para sempre o horizonte de investimento do mundo ocidental, em favor de uma orientação de curto prazo, que transformou definitivamente os mercados financeiros.

E muito possivelmente será assim no futuro:

  • A saúde vai voltar a ser uma prioridade em todas as suas vertentes;

  • A educação e o trabalho à distância saíram das franjas do mercado para o main stream;

  • O comércio à distância, a mesma coisa;

  • A forma como as famílias vivem - desde as suas casas, até às próprias povoações -, todo o ordenamento social poderá vir a adaptar-se ao que vivemos hoje.

As minhas dicas para quem queira ser empreendedor ou inovador daqui para a frente são:

  1. Observa as grandes prioridades do mundo de hoje, pois elas vieram para ficar.

  2. Lê com atenção as grandes tendências de mudança nos nossos hábitos de vida.

  3. Pensa como podes tornar acessível, a mais pessoas, algumas destas mudanças.

  4. Cria um modelo de negócio que o torne possível, com capacidade de crescimento e com rentabilidade para o investidor.

Se o conseguires, serás relevante e terás assim boas hipóteses de vir a ter sucesso.

Caso não queiras, tal como eu fiz para este texto, adaptar o teu discurso ao momento que vivemos, então estarás por tua conta e risco. Poderás não ser relevante e não ter lugar num comboio que está prestes a sair da estação.

Olha… E este texto acabou por ser muito pessoal, porque é isto que eu desejo - do fundo do coração - que aconteça!

Texto escrito por:

Sílvia Almeida, Diretora na Fábrica de Startups